quinta-feira, 1 de maio de 2008
Mãos de Outono
Limpo as minhas lágrimas com as tuas mãos,
lá fora caem as folhas das árvores,
despe-se o meu coração.
Estou nua!
Dentro e fora de mim não há nada que não seja eu mesma!
Na despedida de um beijo fica sempre o sabor das bocas.
Tremo com as tuas mãos encenando gestos na minha cintura.
Eu fico!
Eu vou!
Do outro lado de mim mesma só o que nascendo em mim é teu.
Tremo com as tuas mãos encenando gestos na minha cintura.
Eu fico!
Eu vou!
Do outro lado de mim mesma só o que nascendo em mim é teu.
Carrego nos ombros a verdade de um ser em alarme, no lugar do meu coração tocam-se melodias num gira-discos antigo com cheirinho a eternidade. Invento saídas neste labirinto de onde nunca quis sair, decoro mapas e tropeço em sonhos que tivemos juntos.
Não me importo! Não quero ter biblioteca, podemos ter os livros espalhados pela casa. Tu é que sabes, só te quero ver feliz!
Salto no elástico do medo, amarro a tristeza contra o tronco da cegueira, viajo num trenó sem neve por onde deslizar. Não me importa se o ontem se antecede ou se o amanhã não principia porque a teu lado todo o princípio é o começo e todo o começo é o princípio.
Fecho os olhos!
Abro os olhos e vejo-te acenar afirmativamente.
E sempre que uma história começa há uma criança que sorri atenta a cada detalhe, há uma criança que agarra umas mãos de Outono como as tuas e adormece com o sabor a segurança na sua boca, com o toque da certeza na sua pele. Talvez eu não passe de uma criança que sonha com uma casa, talvez eu não passe de uma criança atenta a uma história que nos pertence, sorrindo atenta a cada detalhe. Talvez eu não passe de uma criança crescida que adormece agarrada às tuas mãos de Outono com o sabor da segurança a crescer-me na boca sempre que me beijas, com o toque da certeza a aumentar na minha pele sempre que te sinto.
Não me importo! Não quero ter biblioteca, podemos ter os livros espalhados pela casa. Tu é que sabes, só te quero ver feliz!
Salto no elástico do medo, amarro a tristeza contra o tronco da cegueira, viajo num trenó sem neve por onde deslizar. Não me importa se o ontem se antecede ou se o amanhã não principia porque a teu lado todo o princípio é o começo e todo o começo é o princípio.
Fecho os olhos!
Podias pintar as nossas palavras pelas paredes da casa...
Abro os olhos e vejo-te acenar afirmativamente.
E sempre que uma história começa há uma criança que sorri atenta a cada detalhe, há uma criança que agarra umas mãos de Outono como as tuas e adormece com o sabor a segurança na sua boca, com o toque da certeza na sua pele. Talvez eu não passe de uma criança que sonha com uma casa, talvez eu não passe de uma criança atenta a uma história que nos pertence, sorrindo atenta a cada detalhe. Talvez eu não passe de uma criança crescida que adormece agarrada às tuas mãos de Outono com o sabor da segurança a crescer-me na boca sempre que me beijas, com o toque da certeza a aumentar na minha pele sempre que te sinto.
Havemos de ter uma casa com paredes de vidro como tu queres.
Conseguirás ver o mar tão nitidamente que será possível ler-lhe a vontade nos lábios.
Conseguirás ver o mar tão nitidamente que será possível ler-lhe a vontade nos lábios.
Tuas mãos de Outono pintadas...
2 comentários:
lindas palavras...não quero parecer repetitiva, mas..lol
o querer agradar..o balançar do corpo...a dúvida que surge...o desejo e a razão...
compilação perfeita!**
kiss
;)
Como Tenho palavras, tenho de me repetir uma vez mais. Simplesmente fantástico ler-te.
Um beijo de amizade.
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