quarta-feira, 18 de junho de 2008
não te vás
atropelas o meu riso com palavras tontas. estavam presas? sei bem que as amarravas ao céu da tua boca esperando que fosse a minha língua a ir buscá-las. não fui. continuas, não te calas. e entre tudo o que disseste há uma parede húmida de mentiras que atiras contra a minha cara, fazem ricochete. mentiroso.
calo-me com o peito acalentado, aos meus ouvidos uma música clássica que devagar embriaga os meus passos rumo a um chão, paredes que me conhecem melhor o corpo solidificado. fico. encosto a cabeça ao vidro da janela e escorro como a água, deixo de agitar as mãos e páro, quieta escuto a tua voz cantando uma ópera de falsidades, ao fundo uma música qualquer.
perene de sonhos bons cavas-me no peito o medo da despedida. não vás! grito à boca fechada, a porta aberta. e é o teu vulto a embaraçar a porta de casa, a tua silhueta a sombrear as escadas e a rua a fechar-se para não te deixar partir. tu vais. entras no carro. olhas-me e esmurras o volante.
parada olho com o peito cimentado de tristeza. não vás! grito à boca fechada.
1 comentários:
Um beijo, nas tuas mãos.
Virei aqui regularmente tomar café, ou chá, ou, simplesmente estar.
Adoro ler-te.
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