sexta-feira, 15 de agosto de 2008
continua a parecer estúpido amar-te.
hei-de amar-te sobre todas as coisas móveis e imóveis, correr como quem se encontra, fugir como quem procura e, ainda que me perca, hei-de continuar a amar-te de longe, de longe que de perto é impossível amar-te sem parecer terrivelmente estúpido.
de te amar tanto perdi os cordões das botas e agora os meus pés não têm casa, nem pernas onde se segurarem. custa. custa o preço a pagar por ferimentos ligeiros, uma espécie de acidente com danos colaterais e, ainda assim, amar-te sobre todas as coisas, sobre a porta da rua junto com a chave de casa escondida debaixo do tapete.
julguei que o perto poderia destacar o sempre mas um encontrão bastou-me para me aperceber de como me parece estúpido amar-te se não faz sentido, rigorosamente nenhum, ter-te perto que baste para ver o sinal que me mora no queixo pelos teus olhos.
continua a parecer estúpido amar-te e perdoa-me, mas nem de longe nem de perto consigo ultrapassar o meu coração míope.
2 comentários:
Mar
Amar de longe, parece não ser coisa moderna. Só românticamente, ou um sentimenta que tenha levado a papel passado, e com ele juntar, a capacidade da espera amorosa.
Daniel
Ah, como entendo isso...também sou "míope" e "estúpida" assim. E não sinto vontade de mudar...
Amei, Margie!!! Sua escrita é realista e tem muitas camadas de significado, uma beleza!
Beijinhos doces cristalizados!!! :o*
Enviar um comentário
< home