quinta-feira, 4 de setembro de 2008
tenho um jeito invulgar de dizer eu amo-te
as tuas mãos são duas flores de silva a crescer na ribanceira, os teus gestos são passas de um cigarro que descansa no cinzeiro. há um rastilho para ser aceso e há uma bomba prestes a explodir nos teus braços. um amor. a tua vida é um prédio em construção e as minhas mãos já cheiram a cimento, os andaimes já se montaram. são quatro da manhã e o amor não passa, o tempo devia ser cremado agora e morto amanhã nos teus braços. os teus braços são duas bailarinas adormecidas na montra. há uma música que chega com a noite mas não entra e a porta de minha casa é um cemitério de pautas. o teu jeito de andar é a tua forma súbtil de me dizer eu espero-te, a rua abraça-te o corpo como um casulo a proteger o bicho da seda e a calçada conjuga o nosso amor no presente do indicativo do verbo para sempre. o teu beijo é uma forma invulgar de dizeres eu fico . abeiro-me da janela e penduro-me na corda, secar as lágrimas é trabalho para mais que uma noite. estou a um centímetro de ti e não te posso tocar, o castigo rebenta-me nas vísceras. as minhas veias são carrossel de gestos que não se entregam, no meu peito há meia dúzia de palavras a ferver e outras tantas em lume brando, os meus dedos dos pés são mordidos por vontades de ir mas o resto do meu corpo pede-me para ficar.
1 comentários:
hummm um texto cheio de amor;)
Que esses momentos sejam muito bem aproveitados.
Beijo*
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