segunda-feira, 6 de outubro de 2008
retrospectiva
sentou-se. calado esperou a manhã como quem espera pelo dia da morte, já sabia que viria a ser esta a sua última espera e para ele esta era a mais sentida. ficou. as pernas cruzadas debaixo da mesa onde o pequeno almoço seria servido pelas sete horas, a mesa era pequena e havia meio corpo que lhe não cabia nela mas ele pouco se importava, com o relógio parado no pulso descansa o olhar nas fotografias que adormecem nas paredes brancas da cozinha. é triste morrer sozinho, pensa enquanto algumas lágrimas lhe sequestram os olhos. hoje, ali sentado ele descobre que haverão sempre memórias a vencer a morte, lembranças de alguns rostos abandonados para lá da porta da entrada da casa que nunca foi sua. vida.
0 comentários:
Enviar um comentário
< home