segunda-feira, 24 de novembro de 2008
adeus. a palavra atravessa as sombras e vem deitar-se comigo, nasceu das vozes, das outras tantas vozes monocórdicas, ancoradas na sofreguidão dos ossos a romper a pele. adeus. a sala inteira se aninha ao fundo dos olhos arregalados, quero chorar mas não posso, fico a acumular as lágrimas sem pestanejar até ao suspiro, após o suspiro a sala sobe às paredes com medo de se afogar e eu nem reparo, aluada entretenho os sonhos presos no vidro baço da janela, conto-me alguns segredos, faço-me algumas promessas que incluem um não abandono pematuro, às vezes sorrio por cima de tanta dor. as portas batem, fecham-se de par em par, matam-se umas às outras, ao sabor de alguns ventos do sul. tu partes para longe, onde o inverno é uma vivenda germinada, a minha alma parte-se contigo, agora é um cubo desfeito em seis quadrados.
4 comentários:
olá. via luso-poemas... vim aqui ter, curioso confesso e agradecido, por ter vindo.
agora é tempo de pegar nesses seis quadrados e construir um novo abrigo, nao necessariamente um cubo!
beijo terno
Adeus é tão definitivo...
Beijo (nesse) Mar. Pa te dizer que te ando a lêr...
Sente-se o bater das portas, que se matam, e o cerrar das pálpebras de quem a luz se extinguiu.
Há um certo marulhar de ventos que percorre as tuas palavras… um silêncio que perpassa as fendas da pele e suspira…
É belo o modo como, segredando, as tuas frases delineiam um todo luzente.
Beijo
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