quarta-feira, 25 de março de 2009
duvido que te chames ocaso embora assim gostasse que fosse, e nesta dúvida reside a clarificação de qualquer coisa impune, como o amor. na superficialidade de que és feito dou pinceladas às cegas, tento a minha sorte, que de tão tentada já não vai a lado nenhum, estagnou. o coração é um membro gasto, que bate automaticamente, mecanicamente bombeia sangue para todo o corpo e, se não fosse este gesto repetido, diria que é um membro morto, morto de frio ou calor, morto de morte ou de vida e é, nestas pequenas contradições, que se começa a chorar. é o não saber, é o não estar onde, o fechar os olhos e arrastar o corpo para longe, o degular de ideias vazias e esperar que reproduzam efeito nos confins da alma. estamos todos incrivelmente mortos e nem sabemos, e gostamos de não saber, de habitar a ignorância de quem nunca recebeu afecto. somos feridos e ferimos de dentro para fora.
1 comentários:
Essa falta de paixão, não pode ficar impune. Se achas que o problema é o coração, então escolhe só outro músculo. Assim como assim, quem é que achas que ama verdadeiramente: o físico ou a alma?
Pedro Ribeiro
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