quarta-feira, 4 de março de 2009
é porque dói que se sente, a abrir as veias no corpo, a correr com o sangue, o inoportuno e incauto, o sempre não casual: amor. é porque dói, porque arranha as paredes do corpo e se aninha ao canto, porque come a pele dos braços até ao osso, e tudo nos dói e precisa doer para sentirmos finalmente falta de abraços. é porque dói que fica, amordaçado na boca do beijo, inquieto, à espera que chegue o mau tempo, a vida com ele, à espera que nada, de repente, faça sentido, até que nos doa tanto que o corpo se sucumba. amar é morrer muitas vezes, sempre devagar, engasgar os gestos e os carinhos até que já não se saiba onde pôr os pés, e quando te dás conta caminhas ao avesso, tens os pés no céu.
2 comentários:
Mar,
Suas capacidades continuam intactas. Cada vez que a lemos, mais nos apetece ler e sonhar.
Sua escrita é sublime.
Beijinho
António MR Martins
temática diferente das que costumas abordar, mas sempre com o teu toque emotivo muito próprio. adorei *
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