domingo, 29 de março de 2009
à superfície da rua, que aberta ao mar se acanha e foge, peito adentro, vida fora até perderes o espaço e o tempo, o mundo com eles. porque tudo é inconstante como um soluço, tudo volta tão depressa quanto foi, à queima-roupa, à viva memória, que se contorce e sucumbe à força de um grande amor. porque os grandes amores sobrevivem à intoxicação e ficam, atolhados a um canto, executando manobras perigosas, como danças seculares, jeitos dispersos de morder o coração. é o atrito, a força desumana dos sentimentos e não há como não sentir, como não voltar a explorar a dor até perder a mobilidade nas extremidades, até ser cinza. porque ao fim e ao cabo estamos todos mortos, e estes passos, que damos na tentativa de enganar o destino, são tiros certos à vida.
1 comentários:
O que escreves soa tão bem.
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