quarta-feira, 20 de maio de 2009
subitamente morrer a rua dentro dos olhos, esquecer que somos sementes sem terra, chão sem espaço, acreditar que fora de nós algo nos pertence e, ainda assim, estar certos que nada nos é de fora para dentro, que é de dentro para fora que começa e acaba a existência. então deixar que se apaguem as lágrimas com as memórias, uma por uma, até nos restar um cérebro branco, vazio como a rua que nos morre na íris. subitamente morrer, com a rua, com a fachada dos prédios antigos, com um pedaço de tapete de arraiolos apoiado à sola dos pés, ou dos sapatos. somos previsíveis como finais de filmes melodramáticos, esboços de pinturas pré-mortas. somos ondas, ficamos e vamos sem embaraços. somos de nós e ainda assim não nos pertencemos.
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